Será que criatura sobrevive sem o criador? Saber, eu não sei, mas sempre achei que sim. Hoje descobri por acaso:a bíblia afirma que não. Não! Como diabos alguém pode acreditar num livro que diz isso, que nega a si próprio? Não é justamente esse seu maior mérito, o da bíblia? Pra não falar de, sei lá, Bloom, Mersault, Bardamu, Sorel, o próprio Ulisses, saqueador de cidades; Monalisa, Davi, pato Donald, Batman. E pra não falar também em Shakespeare. Há tanto a dizer que eu fico até com preguiça, contudo, queria desenvolver mais, chegar mais linearmente em: a bíblia é um grande livro, só que as pessoas não entendem muito que o protagonista do troço é o Homem; Deus [e aqui escrevo assim por que nome próprio é com caixa alta] é um personagem muito muquirana pra isso. E prestem atenção: eu não tô falando de religião; o assunto é literatura.
Depois, pensando bem, eu cheguei à conclusão de que a bíblia tá certa. Se pensarmos na figura do criador de forma mais abrangente – a raça humana – enxergaremos que realmente nenhum desses personagens, dessas obras, prescinde do Homem e que, ainda que existissem fisicamente após o fim deste, não seriam que pedras, objetos mortos. Ainda assim, o enfoque bíblico é errado: Deus é que não existiria sem o Homem. Continuo sem falar em religião, mas agora, além de literatura, é matemática.