O que eu quero não é enxovalhar a menina. Ela deve até ser uma pessoa legal; o que ela escreve me parece bem sincero. Eu só não gosto. Acho chato. Chavão. Mas tá tudo certo. Eu já ouvi tudo isso também. O que me incomoda não é ela, mas o fato de outra vez a mediocridade triunfar. Mais uma peça e um filme ruins chegando e propagando um nada-a-dizer. Ficaria ótimo como diário, mesmo como blog; como livro? Pelamordedeus! Peça e filme, prefiro não comentar. Me lembro do tempo em que se montava e filmava Nelson Rodrigues, que, inclusive – me lembro também –, há muito já difundia a teoria da revolução dos idiotas: quem poderia definir melhor o mundo hoje? É claro que o tempo passou e novos autores têm que surgir, novas linguagens – sou enfático nesse ponto, há sempre que se ter mais lugar pra expor, pra se conhecer o novo. Mas não esqueçamos de julgar qualidade no que quer que se apresente. Clarah é nova. É boa? Discute-se, mas não há uma resposta absoluta. Moderna? Definitivamente não! Há pelo menos 50 anos que não! Que espécie de condescendência é essa?
Sorte que existem coisas novas e boas que, sem esquecer conteúdo, pensam e discutem alguma questão formal. Nem precisa ir muito longe pra ver. O Pellizzari lá é um exemplo... Pra vocês verem que não é inveja, e sim o mínimo de respeito com o eu-esteta que luto pra cultivar.
Gostaria de desejar sorte pra Clarah – principalmente depois da descompostura que o Rota me passou... Só espero que ela não me venha escrever a próxima novela das seis... Eu admito que não duvido disso.