Tem aquele tipo de analogia estúpida que te acomete quando você tá andando pela rua e vê alguma coisa, alguma situação que imediatamente você associa a outra coisa – geralmente aleatória e sem nada a ver. Aí, depois, sempre que você lembra de uma delas, vem a outra no vácuo. Pois é, hoje eu tava andando de metrô com um amigo meu. Estávamos indo pra avant-première do longa que eu tô editando e saltamos na estação Estácio; nisso, passa uma multidão correndo e meu amigo, sem mais nem menos, começa a correr junto. Mas peraí, ô fulano, cê tá indo aonde? E o cara: Sei lá, tava todo mundo correndo... As pessoas corriam pra fazer a baldeação pra linha 2 e nós não precisávamos fazê-la – ou melhor, até precisávamos, mas àquela altura eu não ainda não sabia disso. Daí me veio à cabeça a convicção de que aquilo lá era a síntese do brasileiro típico: se passa um monte de gente correndo, ele logo vai junto; ou os que correm aranjaram um jeito de se dar bem, ou fogem de alguma coisa. Fiquei achando que até que o troço ilustrava bem o estado das coisas no Brasil. O povo daqui tem uma inclinação cultural e sedimentada pela lei do menor esforço, pelo "se dar bem" e, ao mesmo tempo, temos milhares de motivos pra ter medo – será um golpe militar? Um arrastão? A polícia? Um tiroteio? Olha a bala perdida! Bom, não sei se deu pra entender o que eu falei e não sei muito como concluir esse post, mas não tem problema porque esse monte de abobrinha não precisa de conclusão.