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Seu dinheiro de volta!
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11.2.04
DORMIDO
Se acho
Me disseram, não sei.
Que, tudo e cada parte, o que dói
náo é, dentro-peito, idéia, espera;
náo: que o mundo magôa no braço
nos calos da mão, ombro, pulmão
pesa nos traços, esgarça os passos.
Digestão.
Me lembro, inventei.
Ainda pequeno, assim:
pega o que é teu
cada caroço, nó, cada pedaço
gostos, até os menos que doces
,tanto., tempo que fica
vida que vai
e – ainda não aprendi –
o que é lembrança e o que cansaço
o olhar bovino e
lasso
Tudo isso aí
pega. E põe na estante
atrás dos poucos porta-retratos
pelo vidro sujo, embaçado e vago
daquilo que não-há
se vê lá no fundo
(lente de tempo):
nada mais arde
nem mais carne que abre
livre agora –
mas qual parte?
Ainda hoje
acredito,
o que dói entre prateleiras de compensado
poeira sobre embolorado, inventário
anseio e suposição
é só mesmo pança
perna sapato.
Em-além, só o costume
o risco?
de acreditar em mim mesmo
eu sei: até pra você
eu minto.
***
[é, eu sei. é o que eu posso. mas paro já.]
posted by franciscoslade
2:22 AM
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