TRECHO DO LIVRO, PRA TODO MUNDO DESISTIR DE COMPRAR
– E agora? – Ela pergunta, ainda de olhar no assoalho.
Meus olhos estão úmidos. Debruço-me até a mesinha de cabeceira e abro sua única gaveta; a arma. Fico com a mão lá uns intantes; o contato com o aço frio me acalma um pouco. Uma lágrima furtiva deixa uma marquinha mais escura no lençol, bem perto de mim. [meus cabelos escuros reluzirem] [A segunda-feira não chega mais.] Me ponho sentado novamente, trazendo com meu movimento a pistola, que coloco sobre a cama, entre nós dois. Anita então me olha, horrorizada.
– Agora… agora, eu não sei – respondo finalmente.
Ela chora baixinho. Eu estou cansado. Suas mãos repousam espalmadas sobre seu colo; pego uma delas e coloco sobre a arma. Ela assusta-se e ensaia puxar a mão, mas eu a mantenho sobre o punho da automática; faço ela segurar o troço. Sua respiração acelera, fica rasa. Anita treme e hesita. Seguro a arma em suas mãos e levo o cano até meu rosto, o descanso em minha testa. Agora a menina tem a pistola apontada pra minha cabeça, pronta pra fazer-me um rombo entre os olhos e resolver tudo de uma vez. Ela esta nervosa.