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Seu dinheiro de volta!
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21.6.04
VERTICAL
Caiiiiiiiido.
Numa janela, alguém olha.
Na outra não.
A maioria,
quem não vê
sou eu.
Mas são tantas. Passam tão rápido, uma depois da outra depois
Não é possível acompanhar.
E há uns e outros que caem também.
Os que vão mais rápido,
que quase me acertam;
os que vêm devagar.
Esses, olhando daqui, parecem balões de gás,
flutuam,
ficando pra trás e pra trás e
Somem no infinito,
memória e elucubração.
E eu prefiria não saber que apenas caem.
Só que essa inocência me escapou ao bolso
sem que eu ao menos a visse ficar.
Por fim, há ainda
aqueles que tentam me acompanhar.
Por um tempo, funciona;
mas algo sempre desanda;
ou é algo que me acerta,
ou é meu peso que aumenta -
uma vez, até mais leve fiquei!
A queda é mesmo uma idéia solitária.
Muitos rostos, muitos nomes
ficam
andar depois de andar depois
como que chovendo ao contrário
(como quando eu choro),
e me fazem pensar
que devo estar mais perto
mais perto e mais
Um homem em queda livre
espera sempre chegar logo.
Antes de se espatifar, porém,
espera que haja tempo,
um segundo!,
pra avistar onde caiu,
antes de si,
seu tão [a]p[r]e[s]sado coração.
posted by franciscoslade
12:55 AM
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