As pessoas gostam de escrever bonito. Difícil. Coisas complicadas. Eu gosto.
Difícil não. Mas bonito, sempre.
É assim que eu sou, que sempre fui e que, um dia, por isso mesmo, não vou poder mais ser.
Aliás, nada.
Mas hoje, não. Mais uma vez, só dizer.
Queria até que fosse menos texto. Não é - e esse é outro problema.
Quero dizer que tô triste. De novo e, de certa forma, mais do que nunca.
No entanto, tô feliz também.
Eu sei um monte de coisas.
Coisas que não servem pra nada, que só são ligadas a um instantâneo mal-tirado e que já desbota no meio de algum livro que ficou
pela metade.
Coisas que, no fundo, eu sempre soube.
Elas só ecoaram numa nova parede, só ressoaram numa nova onda, outra dessas que se repetem nesse intervalo indeterminado e ainda tão preciso de um ciclo.
Nunca mais, nunca menos.
O pouco de novo que me chegou foi só um triste alívio:
não foi minha escolha. Não foi.
Tudo bem. Já aconteceu. Se não fosse assim, talvez também já tivesse sido de outra forma.
Mas não foi.
Tem um palavrão que eu queria tirar de detro de mim também.
Não é raiva, não é ressentimento.
Não, o tom não deve ser agressivo.
Mas
Foda-se. Retórica?
Eu?
Agora eu sei que não.
Não mesmo, nem fudendo.
Perco. Eu sei também.
Perco muito e, do mesmo, nem vou procurar mais
– seria absurdo.
E acabava doendo.
Contudo
Perco também esse peso que tentavam me deixar nas costas.
Isso é bom.
Não, a Raposa mentia, eu não sou responsável.
Cuida você do que é seu,
carrega você suas opções. Mas com coragem, com certeza.