A janela do quarto. E o dia lá fora é incompreensível. Massa de vento e luz, cega um pouco. Às vezes é preciso voltar um pouco, ir pra trás mesmo. As crianças daqui realmente fazem muito barulho indo pra escola. É nesse lodo de impressões que me afogo hoje? Pode um homem ser só impressão? [meus dedos coçam pra perguntar E de quem?, mas nem tão atrás assim]
E lá fora, incompreesível.
É nisso?
Sempre tão difícil, mergulhar logo depois de acordar. As coisas demoram pra começar a funcionar juntas. O pouco que. Ou o que me parece.
Não suporto mais, de qualquer jeito, minha jornada de anfíbio – ou de folego preso e bem terrestre ainda.
Ando três quarteirões de carteira vazia antes de descobrir pra onde tô indo é só uma frase, não é vida. E eu também não tô necessarimente indo. Nem voltando, apesar de.
Da última vez de que me lembro, sonhei que continuava a dormir. Mas isso foi antes de tudo isso e, francamente,.
Depois de por ligeiro a mão pra fora, só pra ver a temperatura, fecho a janela; fria ou quente, é hora de entrar n'água. O torso curioso ainda nu, uma meia. As impressões, as idéias, tudo bóia disperso, talvez nunca mais. Foi hoje ou ontem que nos encontramos? É só uma frase, mas e se as palvras também não se econtrarem: ouvi de um homem que boiou até o Japão. Na hora, esqueci de perguntar a partir de onde – mas aceitei presumir que de longe.