Porque não erigi altares, não acendi velas, não fiz promessas que não poderia cumprir, porque não quis mentir, mas dividir. Também não me propus rituais, não criei obra consistente nem aprendi muita coisa, não o suficiente pra ser alguém melhor. Só tive amor a oferecer. Não, não faz sentido mesmo. Esse amor que faz sons e palavras estranhas, que toca buzinas, faz cócegas e hematomas. Que de vez em quando até arisca a vida, por nada, só por amor mesmo. Esse que ria, não muito, mas que. Que não diz muita coisa, mas que queria dizer tanto. E que, por vezes, pelo hábito do erro, até acha que diz.
Tá. Entendo. Que ele, o tal amor – desse tipo, o que dá em mim, de mim –, não é conforme a ninguém nem nunca vai ser. É de uma variedade que, como tudo o mais aqui em casa, já vem condenada de fábrica, de matéria ruim (muito ferro na composição), grosseira; de arremate débil, sem arte-final que lhe apare as arestas que lhe faça soar melhor e mais manso.
A mim tampouco agrada. Aqui, tampouco funciona. É do mesmo tipo por mim. E também não basta.
Mas, ouvi, A fábrica em breve promoverá um recall.
Vamos, vamos todos trocar as peças defeituosas e rodar